ÉVORA O QUE FAZER
Pessoal, bem-vindos a uma das cidades mais antigas e fascinantes da Europa: Évora, capital do Alentejo, em Portugal. Por isso, nessa publicação, vou dar algumas dicas quentes do que fazer em Évora, quanto tempo permanecer e como chegar até lá a partir de Lisboa.
Considero essa “jóia alentejana” uma visita obrigatória em Portugal. A cidade é realmente linda, a culinária local é maravilhosa (aliás, os vinhos alentejanos são famosos a nível mundial), o povo é muito agradável, e o clima é excelente: ensolarado e quente na maior parte do ano.
Mas bem, vamos ao que interessa:
ÉVORA O QUE FAZER: PRINCIPAIS PONTOS TURÍSTICOS
O centro turístico de Évora, por si só, já é motivo para visita: ele é super bem preservado, cercado de uma imensa muralha de pedra, e é constituído de casinhas brancas com detalhes coloridos, de arquitetura típica portuguesa, uma gracinha! Além disso, vestígios da ocupação romana encontram-se espalhados por quase todos os cantos da cidade, como os famosos arcos romanos, por exemplo.
O clima descontraído de Évora combinado com a sua rica herança cultural tornam qualquer “caminhada sem rumo” por suas ruelas estreitas um programa fascinante.
De qualquer forma, entre os principais pontos turísticos da cidade, eu recomendo os seguintes:
Templo Romano: um dos “cartões-postais” da cidade, o Templo Romano é simplesmente imperdível para quem visita Évora!
Fica no Largo Conde Villa Flor, no ponto mais alto da cidade antiga.
Esse templo data do século I a.C., e era originalmente rodeado de água.
Presume-se que o Templo Romano de Évora tenha sido dedicado ao culto imperial (e não à Diana, como prega a tradição). Esse templo, antigamente, encontrava-se integrado ao fórum romano da “Ebora Liberalitas Iulia”. Atualmente, fica de fronte a uma praça muito linda, de onde se tem uma vista incrível da cidade.
Museu de Évora: Fica no mesmo lugar onde está o Templo Romano, e vale à pena uma visita: o bilhete adulto custa EUR 3,00 (valores de 2020). Nele você vai encontrar uma ala arqueológica, um espaço com pinturas e esculturas portuguesas antigas e algumas mostras de brasões esculpidos em mármore. O próprio prédio do museu é muito bonito, e os azulejos incrustados nas paredes são divinos!
Catedral da Sé: outro programa imperdível em Évora! Esse é, na minha opinião, o edifício religioso mais bonito da cidade.
A Catedral de Évora, como é chamada, é consagrada a Santa Maria, e data dos séculos XIII – XIV. Trata-se de uma verdadeira “obra de arte” romântico-gótica!
Junto à Catedral está o Museu de Arte Sacra da Sé de Évora.
Não deixe de subir nas torres dessa catedral: a vista da cidade lá de cima e do claustro, logo abaixo, são imperdíveis!
Igreja de São Francisco e Catedral dos Ossos: a Igreja de São Francisco fica ao lado da Catedral dos Ossos, e sua visita é gratuita. Não deixe de visitá-los, pois são programas únicos e diferentes de tudo que se costuma encontrar, até mesmo em cidades históricas.
Trata-se de uma construção dos séculos XV – XVI e possui, em seu interior, uma decoração belíssima.
Já para visitar o Claustro Gótico e a Catedral dos Ossos (que datam do final do século XVII), o bilhete adulto custa EUR 5,00, e é preciso enfrentar uma fila gigantesca para a sua aquisição: prepare-se para ficar em torno de 2 horas na fila… sim, infelizmente, com as medidas adotadas devido ao COVID19, atualmente apenas 10 pessoas por vez podem entrar na capela, mas vale muito à pena a visita. Apenas planeje bem o seu dia e seu itinerário!
Na verdade, a Capela dos Ossos é algo surreal: trata-se de uma catedral toda revestida de ossos humanos, que foram recolhidos em áreas próximas à catedral, e cujo objetivo é lembrar-nos da brevidade da vida e do nosso verdadeiro destino. Macabro! Nunca tinha visto nada desse gênero em nenhum outro lugar do mundo em toda a minha vida de viajante…
Junto à Capela dos Ossos há uma ala com azulejos incríveis, e uma coleção de presépios no andar de cima, bem como um pequeno museu de história sacra.
Jardim Público: situado muito próximo, vizinho à Igreja de São Francisco e à Capela dos Ossos, esse jardim é uma excelente pedida para quem quiser relaxar e descansar um pouco depois de percorrer a cidade e visitar monumentos.
Há nele um quiosque que vende sorvetes, pequenos lanches e bebidas, e o próprio jardim é lindíssimo: todo florido e com uma vegetação exuberante! Tem até uma pequena cachoeira no centro. Recomendo 😉
Praça do Giraldo: bem, essa é a praça principal da cidade, e outra visita obrigatória em Évora!
Nessa área há bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais, e o local é frequentado por muitas pessoas, que ali permanecem sentadas ao ar livre ou aos pés da sua fonte. É um lugar muito alegre, que pode ser percorrido em menos de 5 minutos.
No final do século XIII, a Praça do Giraldo (antigamente chamada de Praça Grande) foi o recanto urbano mais importante da Évora medieval. Isso permitiu à cidade tornar-se um centro socioeconômico, religioso, político, administrativo e judiciário, semelhante ao antigo fórum romano, de séculos anteriores, localizado na parte alta da cidade.
Aqueduto da Água de Prata: lugar incrível, esses imensos arcos têm uma extensão total de 19Km, e vão desde a Porta da Lagoa até a Praça do Giraldo, praticamente.
O Aqueduto tem origem ao norte de Évora, nas fontes do Divor, e foi construído entre 1533 e 1537, durante o reinado de Dom João III. Segue o traçado do aqueduto romano, do qual ainda restam alguns vestígios arqueológicos.
Termas Romanas: as termas romanas ficam dentro do atual prédio da Câmara Municipal de Évora, na Praça de Sertório.
Essas termas datam dos séculos II e III.
Uma dica: se você quiser realmente visitá-las, e estiver na cidade somente durante um fim de semana, vá até lá no sábado, antes das 18h. Ao contrário das demais atrações turísticas da cidade, o local não abre aos domingos.
Praça de Sertório e Largo da Porta Nova: o local que abriga a Câmara Municipal de Évora é igualmente especial. Aqui você vai encontrar, além da Câmara Municipal e das Termas Romanas, diversos pontos comerciais e serviços, o Arco de D. Isabel (porta romana), partes do aqueduto envolvendo algumas casinhas por completo e a Igreja e Convento do Salvador.
Largo da Porta de Moura: essa praça, que data de 1556, tem como característica principal a sua fonte com uma espécie de bola no meio, obra do arquiteto Diogo de Torralva.
Nas redondezas da praça, encontram-se belos edifícios, entre eles aquele que me chamou mais atenção: a janela manuelina-mudéjar da Casa de Garcia Resende, edificada no século XVI.
Há também lojas e restaurantes ao redor da praça, que é bem pequena, diga-se de passagem.
Igreja da Graça: a fachada dessa igreja é de tirar o fôlego!Trata-se de uma “jóia” da arte renascentista portuguesa (1537 – 1540).
Suas origens remontam ao século XV, quando ainda era uma pequena capela pública. Em 1520, o bispo de Évora, D. Afonso de Portugal, doou-a aos frades Agostinhos. Estes integrara-na a um mosteiro, que havia sido inaugurado alguns anos antes junto à igreja gótica.
Obras de reforma ocorreram entre 1536 e 1542.
Os monumentos que decoram a fachada da igreja simbolizam as quatro partes do mundo do Império Marítimo Português, conhecidos como “Meninos da Graça”.
Infelizmente essa igreja encontra-se atualmente fechada, mas é possível observar e fotografar a sua parte externa, que é linda!
Se você tiver mais tempo na cidade, sugiro os seguintes programas:
Recinto Megalítico dos Almendres: trata-se do maior conjunto de rochas estruturadas da Península Ibérica, e o monumento megalítico europeu mais antigo, que data do V milênio a.C., sendo, portanto, 2000 anos mais antigo do que o sítio arqueológico de Stonehenge, na Gra-Bretanha.
É constituído de pedras arredondadas dispostas em forma de círculo, e fica a aproximadamente 13 Km a oeste de Évora. Excursões privadas até lá custam em torno de EUR 25,00.
Nas suas proximidades, estão outros locais arqueológicos igualmente super interessantes, tais como: as pedras solitárias do Monte dos Almendres, a catedral megalítica da Grande do Zambujeiro e o povoado do Alto de São Bento (onde se encontram resquícios das origens pré-históricas de Évora.)
ÉVORA O QUE FAZER: INFORMAÇÕES PRÁTICAS
Seguem abaixo algumas informações práticas para os interessados em visitar essa localidade. Tudo o que aqui recomendo foi experimentado por mim mesma, no fim de semana que estive lá (e que foi perfeito!)
Vamos lá:
Como chegar: Évora situa-se a apenas 132 Km de Lisboa, e acho que o meio mais bacana para chegar até lá é de trem (ou de comboio, como dizem os portugueses). A viagem dura apenas 1h30, e é divina. As paisagens são dos Deuses! Entretanto, recomendo verificar muito bem os horários, porque existem apenas 3 trens por dia (tanto para ir, quanto para voltar) nos fins de semana, por exemplo. Cada bilhete de trem custa em torno de EUR 12,45. Há trens saindo de todas as estações: eu parti da estação Sete Rios. Para maiores informações, recomendo checar diretamente o site dos Comboios de Portugal a seguir: https://www.cp.pt/passageiros/pt.
De ônibus: há vários sites onde se pode adquirir bilhetes de ônibus intermunicipais em Portugal. Em geral, uma viagem de ônibus entre Lisboa e Évora fica em torno de EUR 11,30, e eles circulam com maior frequência. A viagem dura em torno de 1h45.
Onde (e o que) comer e beber: bem, ir à capital de alguns dos vinhos mais famosos do mundo, e não degustá-los, é um verdadeiro pecado capital!
Sugiro provar todos os vinhos locais, que são excelentes!!
Um lugar que gostei muito foi o bar Courelas da Torre, quase esquina com a rua mais famosa e agitada da cidade: a Rua 5 de Outubro. O vinho que provei ali era simplesmente delicioso, um “suco de uva”. Não se sentia o álcool. O cálice (bem servido) de vinho tinto custou EUR 3,50.
Igualmente, aconselho que você prove as queijadinhas de requeijão de Évora, o Pão de Rala e todos os outros doces conventuais típicos da região. Uma bela opção de café excelente e lindamente decorado com azulejos típicos portugueses é a Pastelaria Conventual Pão de Rala, na Rua do Cicioso, 47 (numa esquina, muito próxima ao Jardim Público). Você não vai se arrepender, vá por mim…
E a minha última dica, para aqueles que estiverem com o orçamento apertado e fizerem questão de comer bem, é almoçar na Cafeteria da Sé (nas dependências da Catedral de Évora): ali todos os pratos custam EUR 4,75 e são gostosos e bem servidos.
Onde comprar: bem, em toda a cidade há lojinhas de artesanato e de produtos típicos, verdadeiras perdições. Mas algumas das ruas mais agitadas (inclusive aos domingos) são as ruas próximas à Praça do Giraldo: a rua 5 de Outubro e arredores.
Divirta-se!
Alguns dos produtos típicos que valem à pena ser adquiridos aqui são as cerâmicas e os objetos de cortiça de Évora (sem falar nos vinhos e azeites, que são excelentes.)
Igualmente, uma vez por mês (sempre no segundo domingo de cada mês), à tarde, acontece bem em frente à Igreja de São Francisco (e ao lado do Mercado de Évora) uma feirinha a céu aberto muito bacana, onde dá para comprar objetos vintage a preços irrisórios.
Onde ficar: como todas as cidades turísticas, Évora possui uma rede hoteleira vasta e ótima.
Eu fiquei hospedada no Hostel Raymundo, na Rua do Raimundo, 56, e tive uma excelente estadia! A diária custou EUR 12,00 – em quarto misto compartilhado – com café-da-manhã incluído (delicioso, por sinal), e o proprietário era muito simpático. O hostel fica num casarão imenso, muito bem decorado, com um terraço super bacana e a limpeza é impecável. Recomendo!
Para maiores informações sobre estadias, sugiro acessar o booking.com. É o melhor site para reservar alojamentos, na minha opinião.
Quanto tempo ficar: um fim de semana está mais do que bom para visitar Évora. Eu fui num sábado de manhã, pernoitei na cidade de sábado para domingo, e voltei para Lisboa no domingo à tardinha. Foi perfeito, e é o que recomendo que você faça!
Uma dica para os “festeiros de plantão”: Évora não é uma cidade para agitar à noite… apesar de ser super alegre e vibrante durante o dia, com muitos bares, restaurantes e uma multidão sentada ao ar livre jogando conversa fora, após às 19h a cidade praticamente “morre”. Claro que há locais abertos para jantar e tomar um drink, mas não espere discotecas e festas até o sol raiar, que vai se decepcionar.
E então, vamos à Évora?
Como vimos, há coisas muito interessantes para fazer por lá!
Aliás, caso você tenha interesse em aprofundar os seus conhecimentos sobre as outras cidades mais antigas da Europa, confira nossa publicação específica sobre isso no link: https://partiugiraromundo.com/cidades-mais-antigas-da-europa/
Partiu Évora 😀
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