PROGRAMAS IMPERDÍVEIS EM CHIANG RAI, NO NORTE DA TAILÂNDIA
O que ver em Chiang Rai? Definitivamente, muitas coisas!!!
Chiang Rai é uma cidade pequena, no norte da Tailândia (quase na fronteira com o Laos e com Myanmar), relativamente próxima a Chiang Mai (180 Km mais ou menos). Na minha opinião, é um destino obrigatório para quem visita Chiang Mai.
Chiang Rai foi fundada em 1262 pelo Rei Mengrai “O Grande”. A cidade era a capital do Reinado de Lanna, até ser conquistada pelos burmaneses: apenas muito mais tarde, em 1876, é que o local tornou-se parte do território tailandês. Em 1910, Chiang Rai foi declarada uma província, pelo Rei Rama VII.
Hoje em dia, Chiang Rai é um destino turístico famoso na Tailândia pelos seus templos maravilhosos (verdadeiros tesouros arquitetônicos), tribos, colinas, entre outros atrativos.
Abaixo estão algumas dicas do que ver em Chiang Rai. Vamos lá:
O que ver em Chiang Rai: Wat Rong Khun ou “Templo Branco”
Uma das coisas mais lindas que já vi na vida, o Wat Rong Khun, parece uma renda branquinha e rebuscada: uma verdadeira jóia tailandesa.
O templo é relativamente novo: começou a ser construído em 1997. O projeto foi criado e desenvolvido pelo artista tailandês Ajarn Chalermchai Kositpipat.
Ajarn queria construir o templo mais bonito do país, e mostrar ao mundo a beleza das artes budistas modernas da Tailândia. Ele dedicou a vida para projetar essa maravilha: nenhum outro templo assemelha-se a este em todo o país. O Templo Branco é único!
O templo em si é pequeno e, em seu interior, há murais com pinturas incríveis: os murais virados para a estátua de Buda retratam a chegada dele ao Nirvana. O objetivo era fazer com que as pessoas se sentissem em paz e felizes, imaginando a bondade de Buda para com todos os seres. Já os murais localizados em frente à estátua do Buda mostram a sua luta com Mara (o demônio). Ela representa o conflito final de Buda com seus próprios demônios, antes de alcançar a iluminação e livrar-se por completo de pensamentos imorais terrenos. As armas e os exércitos de demônios representados nas pinturas significam os maus pensamentos dos seres humanos.
Uma curiosidade é que, dentro dos olhos do demônio maior, dá para ver sutilmente as imagens de George W Bush e de Bin Laden. Ajarn Chalermchai afirma que o seu objetivo era o de alertar as pessoas de que o mundo está sendo destruído por aqueles que anseiam produzir armas, arruinando o planeta pela simples ganância.
O artista quis mostrar que os olhos devem dirigir-se aos outros com bondade, e não com o ódio causador de guerras e de destruição. A pintura serve para tentar conscientizar ambos os líderes de que devem mudar a postura para que seja alcançada a paz.
A cor do templo (todo branco) o diferencia igualmente dos outros templos tailandeses, que são em geral dourados. Além disso, a cor branca representa a pureza de Buda. O uso de pequenos espelhos espalhados pelo templo representa a sabedoria (Dhama) de Buda, que ilumina o universo. Ajarn Chalermchai quis construir um “Jardim Celestial na Terra”, para que todos os seres humanos, independentemente de suas religiões, se sentissem em paz e contentes.
Pois bem, se a finalidade do artista era criar uma obra-prima de notoriedade internacional, ele conseguiu! Alcançou o seu objetivo supremo: incentivar as pessoas do mundo todo a viajarem para Chiang Rai, a fim de admirarem esse local, da mesma forma que viajam para a Índia para verem o Taj Mahal. Ele não seguiu nenhum estilo já existente, e foi muito bem sucedido: criou algo totalmente novo e maravilhoso. Você vai ficar fascinado com a beleza da construção: vá até lá com tempo sobrando, porque você dificilmente vai querer ir embora!
O Templo Branco situa-se a cerca de 12 Km do centro de Chiang Rai, e você pode chegar lá de ônibus, van, táxi, tuk tuk ou songthaews.
A entrada custa 100 bahts.
O que ver em Chiang Rai: Wat Rong Suea Ten ou “Templo Azul”
Assim como o Templo Branco, o Templo Azul foi um dos que eu mais gostei!
Ele é simplesmente maravilhoso e dele emana uma energia muito positiva: fiquei duas horas lá dentro e não queria ir embora daquele lugar.
No passado, esse templo era um local abandonado, onde ruínas muito antigas foram encontradas.
Em 1996, os habitantes quiseram renovar o templo abandonado (também conhecido como “Templo do Tigre”, por ser um local onde eram encontrados tigres).
As construções do Wat Rong Suea Ten tiveram início em 2005 e terminaram em 2016.
A cor azul representa o Dhama, os valores morais de Buda, que se espalham pelo mundo “como o céu azul”.
O templo abriga obras de arte contemporâneas do Budismo, que ilustram a doutrina budista.
A imagem de Buda, no interior do templo, tem 6,50 metros de altura e é incrível!
O Templo Azul situa-se a cerca de 4 Km do centro de Chiang Rai, e você pode chegar lá de ônibus, tuk tuk, minivan, táxi ou songthaews. Fica no caminho para a Casa Preta. Peça ao motorista do ônibus para lhe dizer onde você deve descer, pois eles estão acostumados com turistas e são simpáticos.
A entrada é franca.
O que ver em Chiang Rai: Baan Dam ou “Casa Preta”
A Casa Preta ou Baan Dam é, na verdade, um museu localizado a cerca de 15 Km do centro de Chiang Rai.
Trata-se de um complexo de 40 construções, a maioria delas feita em madeira escura, no meio de jardins lindíssimos.
O local abriga uma coleção de pinturas, esculturas, ossos e peles de animais, entre outros objetos, obras do artista tailandês Thawan Duchanee.
A arquitetura do museu é, na realidade, uma mistura de estilos: “Lanna”, “Loation” e “Sudeste Asiático”, modernos e tradicionais.
Na casa principal, podem-se observar peles de cobra e de crocodilos expostas em cima das mesas ou penduradas nas paredes, além de pinturas, objetos inusitados feitos de madeira, móveis decorados com chifres de búfalos e uma imagem da ave hinduísta Hintha.
As pinturas de Thawan Duchanee costumam retratar Buda e criaturas mitológicas, bestas e demônios. O tema preferido do artista é “a escuridão da alma dos homens”. Há também pinturas do budismo, como a morte e o renascimento, o ciclo da vida, bem como o sofrimento causado pelo desejo humano (representado por órgãos sexuais masculinos) em vários locais.
Dá para chegar lá de ônibus, minivan, tuk tuk, táxi ou songthaews a partir do centrinho da cidade, e a entrada custa 80 bahts (novembro de 2019).
O que ver em Chiang Rai: Saam Liam Tong Kaam ou “Triângulo Dourado”
Aí está uma região enigmática do extremo norte do país: a região conhecida como “Triângulo Dourado” é historicamente uma das principais áreas produtoras de ópio na Ásia.
A região abrange cerca de 950.000 km2, sobrepondo-se às montanhas de 4 países: Myanmar, Vietnã, Laos e Tailândia.
Até o início do século XXI, a maior parte da heroína consumida no mundo vinha de lá (para quem não sabe, a heroína é produzida a partir do ópio). Atualmente, o maior produtor de heroína a nível mundial é o Afeganistão.
A área é montanhosa e é dividida pelo rio Ruak, que desemboca no rio Mae Khong. Esses rios formam uma fronteira natural entre a Tailândia (a oeste de Mae Khong), o Laos (a leste de Mae Khong) e Myanmar (ao norte do rio Ruak).
Nas margens onde os rios se encontram, do lado da Tailândia, há diversas atrações que foram construídas para chamar turistas: há um Buda gigante num barquinho, lojinhas de souvenir, cafés ao estilo ocidental, etc.
As principais atrações incluem:
- Phra That Doi Pu Khao: esta “pagoda” está localizada na colina próxima ao Triângulo Dourado. Estima-se que tenha sido construída no século VIII pelo Rei de Wiang Hirannakhon Ngoen Yang;
- Museu “Hall o Opium”: um dos lugares mais interessantes para visitar na região. Mostra a história do ópio pelo mundo e a atividade na área, o processo de produção, os efeitos do ópio e as campanhas já feitas para erradicar o uso da droga. Tem até uma pequena plantação de ópio lá dentro! Atualmente dá para visitar o museu online: https://partiugiraromundo.com/hall-opium
- Museu “House of Opium”: trata-se de um museu menor, que exibe objetos relacionados à produção da droga e narra seu processo de produção. Visita online igualmente disponível: https://houseofopium.co/en/
- Passeio de barco até Don Sao: Don Sao é uma pequena ilha, já no território do Laos. Nesta pequena parte do país vizinho, você pode “entrar” sem visto, mas se você for visitar o Laos de verdade, precisará providenciar um visto, que pode ser feito na chegada ao país.
Como chegar: muitos turistas chegam até aqui em tours guiados de ônibus a partir de Chiang Rai. É o que eu recomendo que você faça, mas para os viajantes independentes ou mochileiros, também há opções:
Ônibus verde-escuros saem da rodoviária, no centro de Chiang Rai, com destino a Mae Chan, Chiang Saen e Golden Triangle (até às 17h), e custam 50 bahts. Peça para o motorista avisar onde você deve descer!
Os songthaews (ou ônibus azuis) circulam pela região, saindo de Mae Sai (aproximadamente 45 min, 50 bahts) em direção à Chiang Saen (15 min, 20 bahts), e voltam novamente a cada 20 min aproximadamente (entre as 08h e 12h). À tarde, não há horário fixo.
Dica: caso você queira visitar a região, programe-se para ir cedo. Depois das 15h, já não vale à pena: vai levar um tempinho para chegar até lá e algumas atrações fecham cedo (em torno de 16h).
O que ver em Chiang Rai: Kariang Kor Yao (Long Neck Karen)
Se você desejar visitar as mulheres-girafas em Chiang Rai – mais ao norte da cidade (cerca de 19 Km do centro), indo em direção à Mae Sai, Chiang Saen e Doi Tung – há o Kariang Kor Yao: http://www.longneckkaren.com.
Próximo ao local, encontra-se uma fábrica de cerâmica, que vale à pena visitar, nem que seja apenas para apreciar e aprender um pouquinho mais sobre esse trabalho fantástico feito por eles: a Doi Dindaeng Pottery. Divirta-se!
O que ver em Chiang Rai: Roummit Elephant Camp
O Roummit Elephant Camp situa-se a cerca de 20 Km do centro de Chiang Rai, e você pode chegar lá de ônibus, minivan, tuk tuk, táxi ou songthaews.
O bosque é lindo e o cenário é cinematográfico!
O que ver em Chiang Rai: Mercado Noturno próximo à rodoviária
Lugar agradável para passear à noite: há várias barracas de rua, vendendo artesanato, bijuterias, roupas, acessórios, lenços de seda, entre outros objetos locais.
Tem um restaurante enorme e simpático, com mesinhas na calçada, onde é legal ficar para jantar e tomar uns drinks. Ainda dá para assistir a apresentações de danças e músicas típicas, que acontecem num palco defronte à praça.
Há também um mercado imenso de comidinhas e frutas mais adiante, muito legal para dar uma caminhada, ver coisas diferentes e relaxar, depois de um dia inteiro “turistando”!
O que ver em Chiang Rai: Wat Phra Kaew (Emerald Buddha Temple)
Não se sabe ao certo quando exatamente este templo foi construído.
Originalmente, ele chamava-se Wat Pa Yeah (O Templo do Bosque de Bambú). Em 1434, o Chedi (Pagoda) foi atingido por um raio, rompeu-se e revelou o Buda Esmeralda que estava escondido ali dentro e hoje encontra-se no Grande Palácio Real de Bangkok. Desde então, o templo passou a chamar-se Wat Phra Kaew.
O complexo é composto por alguns locais, como:
- Uposatha Hall: situa-se logo na entrada, onde fica o Phra Uposatha (um pequeno templo), edificado em 1890 d.C. ao estilo Chiang Saen. A imagem de Buda ali encontrada (Phra Chao Lanthong) é a maior e a mais bonita em estilo “Palava” da Tailândia;
- O famoso Chedi (Pagoda);
- Câmara de Phra Tok: templo de madeira construído em estilo Chuang Saen. As pinturas tradicionais nas paredes contam a lenda do Buda Esmeralda. Dentro deste pequeno templo, está uma réplica do Buda Esmeralda (o original foi levado para Bangkok, como já mencionado acima).
- Museu de Saengkaew: construído em 1995, em estilo contemporâneo do norte da Tailândia, o museu exibe diversos objetos interessantes, sobretudo relacionados à cultura do norte do país.
Este templo está localizado no centro de Chiang Rai, e dá para ir a pé se você estiver alojado no centro.
O que ver em Chiang Rai: Clock Tower
A torre do relógio, ou Clock Tower, em inglês, localizada bem no centrinho de Chiang Rai, foi construída por Alarn Chalermchai (o mesmo artista que projetou o Templo Branco, e no mesmo estilo).
Todas as noites, entre 19h e 21h, há um espetáculo de som e luzes (de hora em hora).
O objetivo do artista foi embelezar a cidade.
Esse belíssimo relógio foi construído pelo artista e por sua equipe. A construção durou 3 anos, e foi totalmente financiada por ele próprio. Incrível, não é mesmo?
O que ver em Chiang Rai: Pong Phra Bat Water Fall
As cataratas de Pong Phra Bat localizam-se na direção do norte da cidade.
É um lugar bonito, ideal para relaxar, fazer uma caminhada, respirar ar puro e escapar da loucura urbana.
Se você tiver tempo sobrando em Chiang Rai, dê uma chegada até lá.
Enfim, a cidade de Chiang Rai em si não é tão bonita e “viva” como Chiang Mai, mas os templos e demais atrações compensam muito a visita! Eu amei essa parte da minha viagem e super recomendo aos viajantes que forem para aqueles lados incluir Chiang Rai no roteiro!
Para maiores informações sobre o que visitar em Chiang Mai, acesse https://partiugiraromundo.com/chiang-mai.