Caminho inca de Machu Picchu

PERU IMPERDÍVEL: CAMINHO INCA E MACHU PICCHU

O “caminho Inca de Machu Picchu” e, obviamente, o próprio Machu Picchu, são programas imperdíveis para fazer nas proximidades de Cusco, no Peru.  

Os incas construíram uma vasta rede de “trilhas”, cobrindo cerca de 25 mil a 30 mil Km, para unificar o seu enorme império. 

A famosa trilha inca, que se dirige ao Machu Picchu a partir do Vale Sagrado dos Incas, é a mais bem preservada destas “estradas”. O caminho inca de Machu Picchu segue o percurso do rio Urubamba e atravessa cadeias montanhosas que, em seu ponto mais alto, chegam a 4.200 metros. A travessia completa a pé leva quatro dias, e o ponto de partida é Pisacacucho, perto de Chilca (Km 82). 

A caminhada é feita em grupo de no máximo 500 pessoas por dia, incluindo a equipe de apoio e os turistas. O grupo é formado por uma agência e é acompanhado de um guia local. 

Evite viajar entre dezembro e abril, porque é uma época chuvosa por lá: a trilha fica barrenta, e a vista nublada. Ela fecha por algumas semanas em fevereiro, devido às chuvas fortes. 

Se você realmente tiver interesse em fazer esse passeio, sugiro adquirir os seus bilhetes com meses de antecedência, porque eles esgotam muito rápido! Eu mesma, por exemplo, não consegui fazer o caminho inca de Machu Picchu a pé (me informaram que eu deveria ter adquirido os meus bilhetes com 6 meses de antecedência). Fica a dica…

Caminho Inca de Machu Picchu: paisagens
Caminho Inca de Machu Picchu: paisagens

Por onde passa o Caminho Inca de Machu Picchu

Llactapata ou Patallacta (Cidade da Colina, em quéchua), tratava-se de um centro administrativo agrícola que abastecia Machu Picchu de milho. Encontra-se a 3.000 m de altitude. 

Huayllabamba ou “Planície Ervosa” em quéchua, é a maior aldeia e última comunidade andina da trilha para comprar lanches, água, etc. Está a 3.060 metros de altitude, e possui lavouras de milho e batata. Muitos grupos acampam aqui na primeira noite do caminho inca de Machu Picchu. 

Passagem de Warmiwañusca ou “Mulher Morta” em quéchua: é o ponto mais alto da trilha e a escalada mais difícil, devido ao ar rarefeito e aos efeitos da altitude (4.200 m). Segundo a mitologia inca, os Andes foram formados por gigantes, que viraram pedra. Essa Passagem era vista como uma mulher recostada. O vento pode soprar forte. É comum os viajantes colocarem uma pedra em montes de rochas nos pontos mais altos da trilha, como oferenda à Pachamama (ou Mãe-Terra).

Ruínas de Runkurakay: estima-se que essa ruína inca circular tenha servido como armazém de alimentos, torre de vigia ou local de repouso.

Sayacmarka ou “Cidade Inacessível” em quéchua: a 3.600 m de altitude, no alto de uma cordilheira, encontra-se esse complexo, de difícil acesso, que pode ter servido como um centro cerimonial sagrado voltado à astronomia. 

Phuyupatamarca ou “Cidade Acima das Nuvens” em quéchua, é um dos locais mais bem preservados da trilha. À noite, as construções se erguem acima das nuvens. 

Wiñay Wayne ou “Jovem para Sempre” em quéchua, é o mais impressionante complexo arqueológico da trilha. Fica a 2.700 m de altitude, e trata-se de uma cidade que se subdividia em quatro setores: uma área agrícola, com terraços; uma área religiosa; a área da torre e o setor urbano. Essa é a última ruína antes de chegar a Machu Picchu, e possui vistas extraordinárias do vale e das montanhas ao redor. 

Águas Calientes ou “Pueblo Machu Picchu”, esta cidadela atrai turistas graças às suas piscinas naturais. Há vários bares, restaurantes e mercadinhos locais de artesanato. As ruas são lotadas de vendedores ambulantes. É a última cidade para quem vai às ruínas e o final da linha de trem, para quem vem de trem de Cusco. 

Centrinho de Aguas Calientes: alegre e vibrante, cheio de barzinhos e restaurantes
Centrinho de Aguas Calientes: alegre e vibrante, cheio de barzinhos e restaurantes

Dica: se você não for fazer a trilha inca, vá ao Machu Picchu de trem! O trem sai de Cusco, e chega em Águas Calientes. A viagem é linda, leva em torno de 2h, e o trem é confortável. Possui várias janelas panorâmicas, de onde se pode ver a paisagem de montanhas, rios e “pueblos” locais. 

Caminho Inca de Machu Picchu: ruínas de Machu Picchu  

A “Cidade Perdida dos Incas” é uma das atrações mais famosas da América do Sul. A cidadela está localizada a 130 Km de Cusco, no canyon formado pelo rio Urubamba, sobre o monte Machu Picchu (que significa “parte superior velha”). 

Trata-se de um lugar muito especial, com uma energia muito positiva. Acredito que todo mundo deveria visitar este local ao menos uma vez na vida. O sentimento de paz, esperança e alegria que senti lá em cima, olhando para as ruínas, é indescritível. Poucos foram os lugares no mundo que me proporcionaram sentimento semelhante, e eu já viajei bastante rs. Portanto, super incentivo esse passeio! 

Machu Picchu: um dos lugares mais incríveis que já visitei!
Machu Picchu: um dos lugares mais incríveis que já visitei!

O nome real da cidade inca é desconhecido. Machu Picchu é o nome da colina onde o povoado se encontra. Hoje, esse complexo arqueológico é considerado uma das maravilhas do mundo. 

Machu Picchu não foi saqueada pelos espanhóis, porque eles nunca a encontraram (apesar de saberem da sua existência). Este local permaneceu escondido entre as névoas do bosque úmido e encoberto pela sua vegetação até 1911. Nesse ano, o explorador norte-americano, Hiram Bingham tornou público o descobrimento das ruínas. 

Estima-se que esta cidade tenha servido a propósitos religiosos, astronômicos ou que tenha sido a moradia do nono imperador inca, Pachacútec. O difícil acesso a fazia muito segura e dava-lhe um aspecto enigmático. 

Segundo todas as evidências, Machu Picchu foi abandonada pelos seus habitantes. Talvez tivessem fugido da presença dos espanhóis rumo à selva, mas até hoje ninguém sabe ao certo o porquê. Na verdade, existem várias cidadelas tão incríveis quanto esta, que também foram abandonadas. 

Machu Picchu era dividida em uma área agrícola e outra urbana. A parte agrícola estava formada pelos terraços incas circulares, localizados em maior parte ao lado sul do complexo. A parte urbana separava-se da agrícola por uma fossa e por um muro, que culminava numa entrada vigiada, que restringia o seu acesso.

No setor urbano, estão presentes os edifícios de caráter cerimonial e o famoso Templo do Sol, bem como os palácios reais e o Intihuatana, coroando a pirâmide que se ergue ao norte da Plaza Sagrada. 

Bingham estudou o complexo detalhadamente e inclusive promoveu escavações. Encontrou, na época, 173 restos humanos, sendo que a grande maioria (150) pertencia a mulheres. Ele também encontrou, debaixo do Templo de las Trés Ventanas, diverso pedaços de cerâmica, que podem ter sido usados como parte de algum ritual de adoração ou sacrifício. 

Além disso, o setor urbano possui varias construções (viradas para o oriente) que serviram de moradia, uma série de ruas, passagens e escadarias que ligavam os edifícios de tal forma que, em alguns casos, para chegar em algum recinto, era preciso atravessar várias habitações. Isso reforçava a segurança. 

Como o local é imenso e tem muita coisa para ver (recomenda-se um dia inteirinho para percorrê-lo, começando BEM cedo, por volta das 7 da manhã), vou enumerar abaixo apenas as construções principais:

Templo del Sol: esse templo foi construído sobre uma enorme rocha polida. Ele é composto de três janelas, que permitem a passagem exata dos raios solares durante  o solstício de verão (21 de dezembro) e inverno (21 de junho), sendo que a terceira possui pequenas perfurações ao seu entorno: é a “Janela das Serpentes” (serpentes teriam entrado no templo através desses orifícios). 

Os arqueólogos acreditam que esse templo era um local de observação astronômica, onde os incas obtinham informações sobre os ciclos agrícolas pelas posições das constelações e pelos solstícios. 

Intihuatana ou “Poste de Amarrar o Sol”: essa pedra indicava as datas precisas dos solstícios e equinócios, bem como de outros períodos astronômicos significativos. O solstício de junho (inverno) era o principal dia do ano, já que era quando o sol projetava a maior sombra no pilar. Neste instante, os incas diziam que o “sol estava preso na pedra”, dando origem ao seu nome. Eles realizavam cerimônias para “amarrar o sol” e deter o seu movimento em direção ao norte.

Dessa data em diante, os dias ficavam mais longos, e havia mais luz solar para cultivar a terra e semear alimentos. 

Templo del Cóndor: esse templo está localizado na parte urbana de Machu Picchu. Estima-se que, nesse local, funcionavam práticas de castigo. Na parte interna do edifício existem masmorras, que seriam asas de aves. Há janelas que parecem ser celas, com furos nas paredes para segurar as mãos dos presos. 

O condor era uma ave sagrada para os incas, uma divindade (que se alimentava de carniça). Assim, deduz-se que eles faziam sacrifícios para honrar essa divindade, oferecendo-lhe os restos mortais dos seus inimigos. 

Sugiro que, ao chegar no parque, na entrada principal, você adquira um mapa com a descrição das principais atrações do complexo de Machu Picchu e as suas respectivas localizações.

Dica: muitos turistas acordam às 3h da manhã para ir ver o nascer do sol em Machu Picchu! Se você conseguir acordar tão cedo e tiver disposição para passear por lá o dia inteiro depois, é algo legal para fazer: você pode chegar até Machu Picchu a partir de Águas Calientes a pé (nesse caso dá uma bela caminhada) ou de ônibus. Aproveite!

Confira igualmente outros passeios interessantes para fazer em Cusco e arredores: https://partiugiraromundo.com/cusco-e-arredores.